"Desde que nos deixaste o tempo nunca mais se transformou
Não rodou mais para a festa não irrompeu
Em labareda ou nuvem no coração de ninguém.
A mudança fez-se vazio repetido
E o a vir a mesma afirmação da falta.
Depois o tempo nunca mais se abeirou da promessa
Nem se cumpriu
E a espera é não acontecer — fosse abertura —
E a saudade é tudo ser igual."
Daniel Faria
(colhido, com a devida vénia, em fábulas incompletas)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
escrivaninha [o nome até é cómodo, embora seja um pouco bizarro falar com peças de mobiliário :)]:
vénia faço eu às suas fabulosas palavras sobre a palavra fabulosa.
e fico orgulhoso de ter escolhido aquelas que também dizem algo a outros.
portanto, colha as palavras que quiser no meu palavrog, as minhas ou as das fábulas alheias (como é o caso deste belíssimo poema de daniel faria).
assim que as escrevemos as palavras deixam de ser nossas, ganham a sua vida própria, e só faz sentido serem livres, andarem por aí, em livros ou blogues - essa é a beleza única da sua pluralidade (e só os cultores da palavra oral discordam....), não é?
Obrigada.
A escolha de «escrivaninha» é porque eu me sinto cómoda (oh! outra peça de mobiliário...) escondida atrás de muitas gavetinhas.
E acho graça a este anonimato...a esta característica do ciberespaço, que nos permite convivermos só com os seres interiores divulgados nas nossas palavras. Talvez assim sejamos assumidamente imaginados pelos outros...como sempre somos afinal.
Enviar um comentário